A ideia ao propor esta SD, é que a equipe gestora proponha uma retomada de habilidades de todas as disciplinas, que tenha como premissa a interdisciplinaridade. Para tanto, é de total importância o acompanhamento pelo professor coordenador, das aulas planejadas pelos professores do Ensino Fundamental, é que garanta que esta SD aconteça de maneira satisfatória.
 Reforço que esta SD foi pensada para aplicação de Escola Indígena, por isso algumas orientações são bem específicas para a realidade da aldeia. No entanto, acredito que algumas orientações poderão serem adaptadas a realidade de todos os alunos (indígenas ou não) e de maneira contextualizada, garantir a aprendizagem intercultural de todos!
 Talvez trazer algumas lideranças da aldeia para a escola (para articular com os professores), seria conveniente e proporcionaria um acolhimento mais promissor para todos.
 

Fundamental II – 2019 - Eixo temático: Utensílio 

 
                                       TEMA GERADOR: Arco e flecha 
 
Conteúdos Abordados                                     Interdisciplinares
 
CIÊNCIAS DA NATUREZA E MATEMÁTICA
(Disciplinas: Ciências e Matemática)
Ciências: 
Saber qual lua é a correta para a extração da matéria prima para confecção do arco e flecha.
 Neste momento, explicar aos alunos que existe um dia certo para serem extraídas as matérias primas. Explicar que de acordo com o conhecimento tradicional Tupi/ Guarani as matérias primas devem ser extraídas exclusivamente na Lua Minguante, para evitar a proliferação de insetos que deterioram a mesma.
 Logo em seguida, fazer junto com eles, uma lista das matérias primas que serão utilizadas para confeccionar cada parte do utensílio.
Matérias primas:
Madeira para fazer o arco (neste caso a Brejaúva ou o Brejauvú).
Embira para fazer a corda. Explicar que a fibra a ser usada é extraída de uma madeira chamada Imbirussú, e que a parte utilizada é a casca desta árvore, se possível extrair junto com eles acompanhado de um detentor deste saber.
Extrair com eles as palhas que serão usadas na confecção do adorno no utensílio.
Conhecer tipos de solo
Ecossistema.
 
Matemática:
Mostrar ao aluno as diversas formas de associar a matemática ao utensílio a ser confeccionado, desde a ida à mata para buscar a matéria prima, até a sua confecção.
O uso dos números (quantidade, ordem, medida e código);
Formas geométricas espaciais (cubo, esfera, paralelepípedo, cone. Prisma de base triangular e pirâmide);
Tecelagem (palha e Cipó)
 
LINGUAGEM E CÓDIGOS
(Disciplinas: Língua Portuguesa, Língua Materna, Educação Física e Arte)
Língua Portuguesa:
Por meio de anotações de todas as atividades, trabalhar a forma verbal juntamente com as formalidades de língua (gramática);
Produção de textos (relato do aprendizado);
Leitura de textos complementares;
Conjugação de verbos (com o uso de verbos extraídos das atividades propostas).
 
Língua Materna:
Diálogos na língua materna (Tupi/guarani);
Atividades lúdicas (cruzadinhas, diagramas, entre outras) com palavras em tupi-guarani;
Vocabulário;
Textos bilíngues;
Interpretação de texto (bilíngue).
 
 
Educação Física
Atividades lúdicas (no contexto da atividade);
Propor uma educação de corpo inteiro onde o corpo e a mente devem ser atendidos como componentes que integram um único organismo;
Jogos (dentro do contexto da atividade proposta, revitalizando a cultura indígena tupi, onde antigas armas para uso em caçadas, hoje também são utilizadas em campeonatos indígenas, sendo assim logo após a confecção das mesmas partiremos para a prática);
Brincadeiras tradicionais (e outras);
Confecção de brinquedos (dentro do contexto da atividade);
 
Artes:
Confeccionar os Utensílios;
Pintura (técnica de tecelagem com palhas);
Desenhos (no contexto das atividades);
Conhecer outras artes e artistas;
Música.
 
CIÊNCIAS HUMANAS
(Disciplinas: História e Geografia)
 
História:
Fazer um histórico do utensílio em confecção;
Relatos de uso desse utensílio;
História tradicional;
Fazer um paralelo com fatos da história geral do Brasil e do mundo;
Conversa com os mais velhos.
 
Geografia:
Conhecer os limites territoriais da nossa aldeia;
Mapear qual a localização das matérias primas para confecção desse artesanato dentro dos limites da terra indígena e adjacências;
Tipo de vegetação existente na Terra indígena;
Conhecer outros tipos de biomas fazendo um paralelo com o encontrado na nossa terra indígena;
Falar sobre os impactos causados ou não com a nossa interação com o ambiente que nos cerca;
Noção de espaço (localização).
 
 
 
Caros professores!
  Algumas sugestões apontadas nesta SD, são de conhecimentos específicos da cultura Tupi/Guarani, portanto para que haja a “conversa” entre as duas culturas existentes na comunidade escolar, sugiro a socialização dos alunos indígenas, no que se refere aos seus costumes e que compartilhem com outros alunos. 
  O professor deve mediar essa “troca” de culturas, propondo atividades que suscitem discussões interculturais e ao mesmo tempo, na retomada e recuperação de habilidades primordiais para o progresso de novas situações de aprendizagens.
 
 
  Bom trabalho a todos!